segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Mais uma lavagem cerebral da Disney...


Sou fã da Disney desde que me conheço, no entanto, admito que algumas "coisinhas" podiam ser diferentes se me tivessem escapado um ou dois filmes. Podia ter uma queda hippie muito menos acentuada se não tivesse visto a Pocahontas, por exemplo. Podia não ligar puto aos "o-teu-pai-é-careca", se não tivesse visto aquela cena d' A Bela e o Monstro, and so on.

E, neste caso, podia gostar de gatos siameses... caso não tivesse visto o filme "A Dama e o Vagabundo", por sinal, dos primeiros filmes da Disney que me lembro de ver.

Há quem adore esta raça de gatos. Eu simplesmente não gosto nada, nada, nada deles. E não é uma questão estética, nem de particularidade ou personalidade da raça. Simplesmente porque eram os cabrões que adormentavam a cadelinha Lady que eu tanto adorava. E por isso mesmo, por toda a sacanagem que lhe fizeram... eu, Corset Maria, muito pirralhinha, jurei nunca gostar de gatos siameses. E ainda assim é, até aos dias de hoje.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lamento mas isto tem que ser partilhado!


Depois de ler, pensei em fechar a janela do Público online e tentar esquecer. Mas achei que não devia. Por muito que me repugne, isto tem que ser partilhado, tem que ser falado, tem que ser alvo de mediatização, de exploração até ao tutano, e de revolução.

Não se trata de impor um estilo de vida diferente a uma cultura distinta da nossa. Trata-se de pura lógica e sentido de humanidade. As tradições não são absolutas. Há tradições absurdas, injustas e desumanas que não deixam de ser contestadas por quem escolhe olhar mais longe, para além do véu do comodismo e da ignorância. As tradições, os costumes, os hábitos sociais não existem, no seu todo, sem algum tipo de contestação, muitas vezes acertada (como eventualmente se verifica passado um bom período de tempo). Há quem as defenda com unhas e dentes, muitas vezes com medo de perder algo (poder, dinheiro, prestígio ou mero prazer), e há quem lhes resista, reivindicando o que lhes pertence por direito (igualdade, civismo, tolerância, respeito, "humanidade").

Não tolero, não compreendo, nem muito menos respeito quem condena uma mulher violada por um homem casado, por crime de adultério e a lança para uma prisão, grávida, onde terá de permanecer por 12 anos, com o fruto dessa violação: a sua filha. Assim castigam-se duas vidas inocentes: a mãe, que foi agredida física e emocionalmente através de uma das formais mais repugnantes, estigmatizantes e cruéis que o leque da violência nos pode proporcionar. E a filha. Que é resultado de um momento traumatizante da vida da mãe e que, sem culpa, a acompanha encarcerada numa prisão.

Mas eis que é concedida uma solução à "pecadora". A sua alternativa ao cárcere será o casamento... com o violador, "claro", de forma a restaurar a sua honra e redimir o seu crime. Note-se, ainda, que caso a jovem opte casar com o agressor (que provavelmente o fará, de forma a salvar a vida da sua filha), ficará ainda sujeita às eventuais agressões da família do atacante, visto que a jovem desonrou o seu bom nome ao identifica-lo como violador. Pois claro. Corre risco de vida.

Assim sendo imaginem:

A vossa filha/irmã/melhor amiga/namorada. Imaginem que foi violada. Imaginem o que é um homem que não nos diz nada, ou que causa mesmo repulsa, arrancar-lhe a roupa à força, agarrá-la, penetrá-la à força. Imaginem o que é sentir um corpo estranho, intruso, dentro de nós, sem a menor vontade, com a maior resistência, nojo, frustração, raiva e terror. Imaginem esse ser ejacular dentro de nós. E meses mais tarde, termos um filho. Dele.

Imaginem agora, depois de todo esse trauma, em que o que mais desejamos é que esse homem seja punido pelo que fez... somos acusadas de adultério por termos praticado sexo com um homem casado. Somos condenadas a 12 anos de prisão por tal crime, onde criaremos a nossa criança, que nascerá já privada de liberdade. E o que nos resta de esperança, é casarmo-nos com o homem que nos retirou o pouco de orgulho, pureza e amor próprio que tínhamos dentro de nós, e nos colocou, ainda, numa cadeia.

Depois disto, não posso continuar a acreditar que se tratam de culturas meramente distintas, cada uma ao seu jeito e que não podemos impor regras a outros povos. Quem não sabe defender os seus, não merece ter o poder. Quem não quer evoluir, não pode ter nas mãos o poder que usa para menosprezar, torturar, pisar quem é seu semelhante, mas de género diferente.

E eu pergunto-me: os cabrões dos EUA ainda não "encontraram petróleo" no Afeganistão porquê? Não lhes dá jeito não é? São a porra dos donos do mundo, e preferem brincar às bombas de gasolina em vez de agir pela protecção de direitos de quem não tem direito à igualdade e a um mínimo de respeito. E não tragam argumentos de que as próprias mulheres são assim: eu sei. Mas até um porquinho da índia com uma lavagem cerebral pode começar a comer hamburguers ao pequeno almoço. É tudo uma questão de opressão.

Mas o que mais dizer? É a merda da humanidade que temos.