'Cause you're so fucking special.

I want you to notice when I'm not around.

Amor de Perdição - um dos que trago comigo.

Cheira a terra húmida, que esfriou de um sol que ainda mal a deixou de queimar. Tem grasnar de corvos como melodia. Tem folhas douradas, vermelhas, castanhas, que caem em silêncio do céu, sem pedido nem comando, e revestem o mundo como tapete de boas vindas. Tem a nostalgia como sentimento. Tem um romance doce e triste como pano de fundo. Não tem o calor do Verão que nos dilata os corpos, queima a pele e humedece o corpo. Nem tem frio do Inverno, que nos fere o rosto e gela o corpo. Mas tem mais. Tem a doce melancolia que traz a cada brisa fria, a cada ligeiro pingo de chuva que nos cai no cabelo, no rosto, nos ombros, nos sapatos. Tem o doce cheiro da compota. O ritual das colheitas. Tem o sabor a vinho. Tem o reencontro com a vida como estandarte e, no entanto, sabemos que é hoje, é agora, que tudo começa a morrer.

Tem, nele, tons que sabem a mel, tem o vento que sopra de mansinho e arrasta as folhas pelo chão, naqueles fins de tarde nem claros, nem escuros... cinzentos, e sós. Como eu. E como tu.

Tem cor, tem sabor, tem cheiro, tem vida, tem morte. Tem tudo o que poderia querer, o que poderia gostar. Não é certo, nem é constante. É indefinido. É de luas. É um bocadinho de mim (ou sou eu que sou um bocadinho dele).

Chama-se Outono, começa com as mesmas letras de Outubro, e é a minha estação do ano de eleição.

Não é pedir muito, ou será?

Talvez seja. Apelar à inteligência das pessoas é coisa difícil. A Corset é extremamente pragmática: só se dá com quem gosta. Não é que seja uma dada. Longe disso. Por detrás da pouca vergonha plasmada neste blog está uma moçoila com escrúpulos, decência e integridade (ah, já parece slogan de campanha política!!). A verdade é que tenho a p*ta da mania. Ora pois claro que tenho! Quem tem problemas que se arrume num canto (porque senão leva com a mania em cima), quem não os tem, e está curioso com o bicho estranho que é a Corset, bem que pode ter uma agradável surpresa (ou não, ou não...).

Então o que me irritou um bocadinho hoje? Bem, não foi exactamente "irritar", nem foi "aborrecer". Foi mais um "tsss, eh pá, já paravas com a burrice e deixavas de pensar que sou tansa ao ponto de querer amizades contigo!"

São coisas que me admiram. Falo-vos do Facebook. (este post está confuso, eu sei, mas
são 1:04 da manhã, não há como ser coerente em vésperas de início de semana) Falo-vos dos pedidos de amizade.

É uma coisa curiosa... isso dos pedidos de amizade! Gosto quando recebo um "X quer ser tua amiga". Lembra-me aqueles tempos de inocência ao estilo da Heidi. É fofo e tótó ao mesmo tempo. Mas não tem nada de mal. O que me chateia, lá está, não chateia, mas sai-me um "tsss.... tótó!", é quando alguém com quem eu sou desagradável, antipática, cabra, suposta "arqui-inimiga", ou algo do género, me quer adicionar no Facebook. Sim, eu sei que não querem ser minhas amigas (ohhh mas porquê!?!?), mas acham mesmo, a sério, pensem comigo... acham mesmo que eu vou deixar que tenham acesso a tudo o que está no meu Facebook só porque devo ser politicamente correcta e aceitar o pedido de amizade? Hell not. Sabe Deus que essa coisa do politicamente correcto enfio-a no rabinho dos tótós de cada vez que a apregoam.
A verdade é que não sou simpática com quem não gosto, o que, de facto,dá jeito... é que as pessoas nunca ficam na dúvida se gosto delas ou não - é a chamada transparência, esclarece qualquer tipo de insegurança.

E o novo slogan de combate à obesidade em Portugal é: "Três quecas por dia, não sabe o bem que lhe fazia"

[Vá querida, estás com uns pneus e o meu colesterol preocupa-me... Oupas!]

"Sabias que três fodas por dia podem queimar até 10.000 calorias?"

Foi isto que o meu namorado me disse quando me lamentei que estava mais gorda que a lontra da Amália, a Lontra do Oceanário de Lisboa e que tinha mais pneus que os camiões da Michelin. (ah vida cruel! ah maldito chocolate!)

A verdade é que a resposta deixou-me com um sorriso na cara. Não por já imaginar o pinanço (é óbvio que isso, por si só, já é motivo para esfregar as mãos de satisfação e, com ar maléfico, proferir um burnsiano "Excellent"), mas por dar conta que nestas coisas (em praticamente tudo, vá) pensamos da mesma forma. E afinal, até estamos a agir em prol da nossa saúde. A minha mãe sempre disse que o exercício físico faz bem para baixar o colesterol. Eu concordo.

Já Sociedade Portuguesa de Cardiologia devia aproveitar a deixa. Só ajudava e aposto que os pacientes não se queixavam dos novos métodos de prevenção. Ah se eu fosse médica...!

No mundo dos comportamentos-padrão...

Há quem fume um cigarro. Há quem converse. Há quem adormeça. Há quem vá tomar banho. Há quem não faça nada. Há quem fique especado a olhar para o tecto. Há quem fique à procura das cuecas/boxers. Há quem se vista. Há quem vá mijar. Há quem faça massagens. Há quem vire as costas. Há quem diga "bem...foi muito giro, mas tenho uma reunião e não podes dormir cá. Até qualquer dia Cristina, ah desculpa Catarina, isso, tanto faz! Toma lá dinheiro para o taxi boneca! ;)". Há quem troque juras de amor. Há quem pense em problemas. Há quem goste de ir para os copos. Há quem goste de ficar pelo quarto, a observar cada objecto, cada livro, cada fotografia. Há quem goste de pensar no "depois". Há quem não queira pensar. Há quem goste de continuar. Há quem goste de levantar e ir embora. Há quem goste de ficar a noite toda.

Eu... eu gosto é de comer um bom chocolate. É orgasmo seguido de orgasmo. Perfect.

Sometimes I wonder...

É errado gostar da solidão?